O que é água de reuso? Qual a sua Importância? Quais análises devemos fazer na água de reuso
O que é água de reuso? Entenda sua importância e aplicações
A crescente preocupação com a escassez de recursos hídricos trouxe à tona a importância de práticas sustentáveis, como o uso de água de reuso. Mas afinal, o que é água de reuso e por que ela é essencial no cenário atual?
A água de reuso é aquela que, após ser utilizada em determinadas atividades, passa por processos de tratamento que a tornam adequada para um novo uso. Essa prática é uma solução inteligente e sustentável para reduzir o desperdício de água potável e minimizar os impactos ambientais.
Água de reuso, também conhecida como água reciclada ou reutilizada, refere-se à água que foi tratada para ser reutilizada em uma variedade de aplicações, após ter sido previamente utilizada em alguma atividade humana. Em vez de ser descartada, essa água é coletada, tratada e retornada para usos que não necessariamente exigem água potável.
A água de reuso pode ser categorizada em dois tipos principais:
Reuso não potável: Quando a água é tratada e reutilizada para fins que não envolvem o consumo humano direto. Algumas aplicações incluem:
- Irrigação agrícola ou de paisagens;
- Resfriamento em processos industriais;
- Lavagem de ruas e carros;
- Abastecimento de bacias sanitárias;
- Combate a incêndios;
- Recarga de aquíferos.
- Reuso potável: Quando a água é tratada ao ponto de poder ser novamente inserida no sistema de abastecimento de água potável. Isso pode ser feito de duas maneiras:
- Reuso potável indireto: A água é liberada no ambiente (como rios ou aquíferos) antes de ser coletada e tratada novamente para consumo humano.
- Reuso potável direto: A água é tratada e depois inserida diretamente no sistema de abastecimento de água potável.
A adoção de práticas de reuso ajuda a reduzir a demanda por água potável, proteger os recursos hídricos e enfrentar desafios relacionados à escassez de água.
Em meio às crescentes preocupações ambientais e demanda por água potável, a reutilização de água tornou-se uma solução essencial para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos.
Diferença entre Água de Reuso e Água Potável: Entenda os Limites e Aplicações
A crescente preocupação com a escassez hídrica tem impulsionado o debate sobre o uso consciente dos recursos hídricos e, nesse contexto, o aproveitamento das águas de reuso surge como uma alternativa sustentável e viável. No entanto, ainda há muitas dúvidas quando se trata da diferença entre água de reuso e água potável, principalmente no que diz respeito à sua segurança e restrições de uso.
O que é água potável?
A água potável é aquela que atende a todos os parâmetros de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 888/2021, e pode ser consumida por seres humanos sem oferecer riscos à saúde. Ela passa por diversos processos de tratamento físico, químico e microbiológico para garantir que esteja livre de contaminantes, como coliformes, metais pesados e substâncias tóxicas. Essa água é apropriada para beber, preparar alimentos, escovar os dentes, tomar banho e realizar qualquer atividade que envolva contato direto com o corpo humano.
O que é água de reuso?
Já a água de reuso é aquela que foi utilizada anteriormente — em processos domésticos, industriais ou comerciais — e que, após passar por tratamento adequado, é reaproveitada para fins específicos que não exigem padrão potável. Ou seja, essa água não é destinada ao consumo humano direto, mas pode ser utilizada com segurança para atividades como irrigação de jardins, lavagem de pisos, descargas sanitárias, uso industrial não crítico, e até em sistemas de resfriamento.
A água de reuso segue critérios definidos pela norma ABNT NBR 13.969, que orienta os requisitos mínimos para sua qualidade e utilização segura. O tipo de tratamento e o nível de pureza exigido vão depender da destinação final da água.
Tipos de Reuso de Água: Classificações e Aplicações Sustentáveis
A gestão eficiente dos recursos hídricos passa, necessariamente, pelo aproveitamento das águas de reuso. No entanto, nem todo reuso é igual — existem diferentes tipos de reuso de água, definidos conforme o caminho que a água percorre até seu reaproveitamento e o nível de tratamento aplicado. Entre as principais classificações, destacam-se: reuso direto planejado, reuso indireto planejado, reuso não planejado e o reuso potável.
Entender essas categorias é essencial para garantir a aplicação correta da água reaproveitada, com segurança e dentro das normas técnicas vigentes.
Reuso Direto Planejado
O reuso direto planejado é aquele em que a água residuária tratada é conduzida diretamente do sistema de tratamento até o ponto de reaproveitamento, sem retornar a corpos hídricos naturais. Ou seja, não há passagem pela natureza antes de ser reutilizada.
Exemplo clássico: sistemas de irrigação em que a água tratada proveniente de uma estação é enviada diretamente para uso agrícola ou paisagístico. Também é comum em resfriamento industrial, descargas sanitárias ou lavagem de ruas.
Esse tipo de reuso exige controle rigoroso da qualidade da água, pois não há diluição natural entre o tratamento e a aplicação.
Reuso Indireto Planejado
No reuso indireto planejado, a água tratada é descarregada em um corpo hídrico — como um rio, lago ou aquífero — e posteriormente captada para ser usada novamente, após passar por novo tratamento. É uma prática comum em países que operam com escassez hídrica crônica, utilizando-se de aquíferos subterrâneos como parte do processo de reabastecimento.
Esse modelo oferece um grau adicional de segurança, pois o corpo hídrico atua como uma barreira natural complementar ao tratamento. Ainda assim, a prática exige monitoramento rigoroso e tecnologias avançadas para evitar riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
Reuso Não Planejado
O reuso não planejado ocorre quando efluentes tratados ou parcialmente tratados são despejados em corpos d’água e, posteriormente, essa água é captada por terceiros para algum tipo de uso — muitas vezes sem o conhecimento dos usuários finais de que se trata de água já utilizada.
Esse tipo de reuso é comum em bacias hidrográficas densamente povoadas ou industrializadas, onde o mesmo rio serve como receptor de esgoto tratado e fonte de captação para abastecimento mais à frente. Por se tratar de um fenômeno não intencional, os riscos à saúde e ao meio ambiente são maiores, exigindo fiscalização ambiental intensa e políticas públicas para transição ao reuso planejado.
Reuso Potável (Direto e Indireto)
O reuso potável é uma categoria à parte e refere-se à prática de tratar águas residuárias a níveis tão elevados de pureza que elas se tornam seguras para o consumo humano. Esse reuso pode ser:
- Direto: a água altamente tratada é inserida diretamente no sistema de abastecimento público.
- Indireto: a água é primeiro inserida em um manancial (superficial ou subterrâneo) e, posteriormente, captada e tratada novamente antes de chegar às residências.
Ainda que tecnicamente viável, o reuso potável enfrenta barreiras sociais, legais e culturais em muitos países, incluindo o Brasil. No entanto, cidades como Windhoek (Namíbia), Singapura e partes da Califórnia já utilizam essa modalidade com sucesso, especialmente em contextos de escassez extrema.
A classificação dos tipos de reuso de água permite que se defina a melhor estratégia de reaproveitamento conforme o contexto, o objetivo e a qualidade exigida. Enquanto o reuso direto e indireto planejado são amplamente recomendados por sua segurança e previsibilidade, o reuso não planejado deve ser evitado sempre que possível. Já o reuso potável, embora ainda polêmico, representa uma fronteira tecnológica promissora em regiões de alta demanda e pouca disponibilidade hídrica.
Cada tipo tem seu papel na construção de uma cultura de uso racional da água, e a escolha adequada contribui diretamente para a sustentabilidade ambiental, econômica e sanitária das cidades e indústrias.
Principais aplicações das águas de reuso
1. Diminuição da Demanda por Água Potável: Com o crescimento populacional e urbano, a demanda por água tem aumentado exponencialmente. Águas de reuso oferecem uma alternativa, reduzindo a pressão sobre fontes de água doce, como rios e aquíferos.
2. Promoção da Sustentabilidade: Reutilizar água contribui para a gestão sustentável dos recursos hídricos. Além disso, evita-se a extração excessiva de águas subterrâneas e a degradação de ecossistemas aquáticos.
3. Redução de Custos: Para setores industriais e agrícolas, a adoção de sistemas de reuso pode significar uma considerável economia, pois evita-se o consumo de água potável em processos que não necessitam de água de alta qualidade.
4. Aplicações Versáteis: Águas de reuso podem ser empregadas em diversas atividades, como irrigação de campos agrícolas, resfriamento em processos industriais, lavagem de ruas e carros, e até mesmo em processos de produção de energia.
5. Estímulo à Inovação: O foco em reuso tem incentivado o desenvolvimento de novas tecnologias de tratamento, que vão desde membranas de filtragem até sistemas biológicos avançados, ampliando o espectro de águas que podem ser reutilizadas.
Quais tipos de análises devem sofrer as águas de reuso
As águas de reuso devem ser submetidas a diversas análises para garantir sua qualidade e segurança para os fins a que se destinam. As análises de água e parâmetros variam dependendo do propósito do reuso e das regulamentações locais. Aqui estão algumas das análises comuns:
- Análises Físicas:
- Turbidez: Avalia a clareza da água. A presença de partículas em suspensão pode influenciar na turbidez.
- Cor e Odor: Aspectos básicos que podem indicar contaminações.
- Temperatura: Essencial para algumas aplicações, como processos industriais.
- Análises Químicas:
- pH: Indica a acidez ou alcalinidade da água.
- Oxigênio Dissolvido: Importante para avaliar a qualidade biológica da água.
- Dureza: Quantifica a concentração de íons de cálcio e magnésio.
- Concentrações de Nutrientes: Como nitrogênio, fósforo e potássio.
- Metais Pesados: Como chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio.
- Compostos Orgânicos: Como pesticidas, solventes e outros compostos que podem ser tóxicos.
- Sólidos Suspensos Totais (SST) e Sólidos Dissolvidos Totais (SDT): Indicam a quantidade de partículas em suspensão ou dissolvidas na água.
- Análises Microbiológicas:
- Coliformes Totais e Fecais: Indicadores de contaminação por matéria fecal.
- Bactérias Patogênicas: Como Salmonella e E. coli.
- Vírus e Protozoários: Dependendo da aplicação, é necessário avaliar a presença desses micro-organismos.
- Contagem Total de Bactérias: Dá uma visão geral da atividade microbiológica.
- Análises Biológicas (em alguns casos):
- Testes de Toxicidade: Podem avaliar os efeitos potenciais de contaminantes na fauna e flora aquática.
- Análises Específicas:
- Dependendo da fonte e do uso final, podem ser necessárias análises específicas, como compostos farmacêuticos, hormônios ou outros contaminantes emergentes.
A Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), estabelece diretrizes para o uso de águas de reuso.Além disso, muitos estados brasileiros possuem suas próprias regulamentações e diretrizes para o reuso de água.
Conclusão:
As águas de reuso não são apenas uma alternativa para enfrentar a escassez hídrica; são uma ferramenta essencial para promover um futuro mais sustentável e equitativo. Ao adotar práticas de reutilização, estamos não apenas economizando água, mas garantindo que as gerações futuras tenham acesso a esse recurso vital.
Nota: Respeite as diretrizes locais e regulamentações relacionadas à reutilização de água em sua região.
Solicite seu orçamento em equipamentos para análise de água
Não se esqueça de deixar aqui um comentário sobre a sua impressão ao ler o material.
AVISO DE DIREITOS AUTORAIS: Todo o material deste blog, sendo proibida toda e qualquer forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso.
Qualquer dúvida técnica sobre os equipamentos contidos no portfólio SPLABOR, entre em contato com o Departamento de Vendas (sp@splabor.com.br)