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Controle de Qualidade em Celulose: Análises e Normas

Sumário

Controle de Qualidade em Celulose: Eficiência, Sustentabilidade e Padrão Técnico

 

O setor de celulose é um dos pilares da indústria brasileira. Segundo dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), o Brasil é o segundo maior produtor mundial de celulose, com mais de 22,5 milhões de toneladas produzidas em 2023, sendo aproximadamente 70% destinadas à exportação para países como China, EUA e Europa.

A competitividade do país nesse mercado não se baseia apenas em volume, mas também na qualidade do produto final, que precisa atender a padrões técnicos rigorosos de brancura, viscosidade, teor de umidade, pureza química, resistência e ausência de contaminantes. Para isso, o controle de qualidade em celulose é um processo indispensável em toda a cadeia produtiva — desde o campo até a embalagem do produto.

Expansão do Mercado de Celulose no Brasil

O setor de celulose brasileiro vem registrando crescimento expressivo nos últimos anos, tanto em volume de produção quanto em investimentos e exportações. Confira os principais dados:

  • Produção recorde e nacional e exportações robustas

    • Em março de 2025, o Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de celulose – um aumento de 31% em relação ao mês anterior – gerando cerca de US$ 988 milhões (+29% m/m) 

    • No 1º semestre de 2024, as exportações de celulose alcançaram US$ 4,95 bilhões, um acréscimo de 19% comparado ao mesmo período de 2023; o volume exportado foi de 9,5 milhões de toneladas (+4%) 

  • Expansões industriais bilionárias

    • A CMPC investiu US$ 4,6 bilhões em uma nova planta no RS com capacidade de 2,5 Mt/ano 

    • A Bracell construiu uma fábrica de celulose solúvel que atingirá 2 milhões de toneladas/ano 

    • A Suzano inaugurou o projeto Cerrado, com capacidade de 2,55 Mt/ano 

    • A Arauco (Copec) está construindo o projeto Sucuriú, com previsão de 3,5 Mt/ano até 2027 

  • Novos polos e investimento privado intenso

    • Regiões tradicionais (MS, PR, SP) e novas fronteiras como Maranhão, Piauí e Tocantins estão recebendo investimentos florestais e industriais 

    • Entre 2023 e 2024, os aportes privados no setor de papel e celulose subiram de R$ 52 milhões para R$ 115 milhões (+120%)

  • Papel do plantio de eucalipto

    • O plantio saltou de 10 m³/ha (década de 1970) para 36 m³/ha atualmente, impulsionando a produtividade florestal

➡️ Esses números mostram que o Brasil não apenas lidera em produção, mas também está em fase de expansão acelerada, investindo em novas fábricas e consolidando-se como polo global de celulose.

O Que é o Controle de Qualidade em Celulose?

O controle de qualidade em celulose compreende um conjunto de ensaios laboratoriais físico-químicos e estruturais que visam garantir:

  • Conformidade com as normas técnicas nacionais e internacionais;

  • Eficiência no uso industrial (papel, tecidos, bioprodutos);

  • Segurança ambiental e ausência de contaminantes;

  • Otimização de propriedades como viscosidade, alvura e resistência;

  • Validação de processos sustentáveis.

1. A Importância do Controle Laboratorial na Indústria de Celulose

A qualidade da celulose afeta diretamente:

  • Rendimento industrial na produção de papel, celulose solúvel e têxtil;

  • Velocidade de processamento nas máquinas de papel (conhecido como runnability);

  • Durabilidade e acabamento do produto final;

  • Rejeições em mercados regulados, por impurezas ou não conformidade de especificações.

Segundo relatório da Pöyry (2022), 1 ponto percentual de perda de viscosidade média pode reduzir em até 12% a aplicação de celulose solúvel no setor têxtil, gerando perdas milionárias.

2. Principais Parâmetros Avaliados em Laboratório

a) Alvura (ISO Brightness)

  • Medida da refletância da celulose em 457 nm.

  • Padrão internacional ISO 2470.

  • Valor típico para celulose branqueada: ≥ 88% ISO.

  • Equipamento: Espectrofotômetro de refletância UV-Vis.

b) Viscosidade

c) Umidade (%)

  • Ideal: entre 6% e 10% para transporte e armazenamento.

  • Abaixo disso, a celulose fica quebradiça; acima, propensa à fermentação.

  • Equipamento: Estufa com circulação forçada ou balança determinadora de umidade

d) Cinzas (%)

  • Resíduo mineral após incineração a 525 °C.

  • Padrão: < 0,5% em celulose química.

  • Equipamento: Forno mufla + balança analítica.

e) Teor de α-celulose

  • Fracionamento da celulose em α, β e γ.

  • A α-celulose representa a fração mais pura e resistente.

  • Alta importância para celulose solúvel (acima de 94% α).

  • Equipamento: Banho termostatizado + reagentes ácidos e alcalinos.

f) Análise de Contaminantes (areia, fibras negras, inorgânicos)

  • Inspeção visual e microscópica.

  • Cromatografia para traços químicos.

3. Análises de Branqueamento e Resíduos Químicos

A indústria de celulose utiliza processos de branqueamento com dióxido de cloro, oxigênio e peróxidos, que devem ser monitorados quanto a:

Equipamentos envolvidos:

  • Tituladores automáticos;

  • Espectrofotômetro UV-Vis;

  • Cromatógrafo iônico;

  • Medidores de pH e condutividade.

Segundo o relatório de sustentabilidade da Klabin (2023), os controles de AOX permitiram redução de 35% na geração de efluentes clorados em plantas de SC e PR.

4. Análises de Microrganismos e Controle Microbiológico

A proliferação de microrganismos durante o armazenamento da celulose pode causar:

  • Odor desagradável;

  • Alteração de cor e viscosidade;

  • Riscos sanitários em aplicações sensíveis (como embalagens de alimentos).

Análises microbiológicas comuns:

  • Contagem total de bactérias aeróbias;

  • Fungos filamentosos e leveduras;

  • Escherichia coli e coliformes totais;

  • Pseudomonas spp. (biodegradação do polímero).

Realizadas conforme ISO 8784-1, ISO 8784-2, utilizando estufas BOD, autoclaves e meios seletivos.

5. Normas Técnicas Relevantes

NormaDescrição
ISO 2470Medição da alvura da polpa
ISO 5351Determinação da viscosidade da celulose
ISO 302Teor de cinzas
ABNT NBR 14459Determinação do pH da polpa
ISO 8784-1 e 8784-2Microbiologia da celulose

6. Equipamentos Utilizados no Controle de Qualidade em Celulose

EquipamentoAplicação Técnica
Estufa de secagemDeterminação de umidade
Titulador Karl FischerUmidade por titulação química
Forno muflaDeterminação de cinzas
Viscosímetro capilar ou automáticoMedição da viscosidade (ISO 5351)
Espectrofotômetro UV-VisAlvura, polifenóis, AOX
Cromatógrafos (iônico, HPLC)Compostos residuais e traços de contaminantes
Medidores de pH e condutividadeQualidade da lavagem
Estufas BOD e cabines de biossegurançaAnálises microbiológicas

Equipamentos Laboratoriais e Assessoria Científica

 

7. Sustentabilidade e Certificações

O controle de qualidade em celulose é indispensável para manter:

  • Certificações ambientais como FSC, PEFC e ISO 14001;

  • Conformidade com restrições europeias sobre AOX, COD e metais pesados;

  • Rastreabilidade em mercados sensíveis (embalagens para alimentos, uso médico).

Segundo relatório da Suzano (2023), mais de 93% de suas plantas operam com sistemas integrados de controle laboratorial, incluindo monitoramento contínuo de parâmetros ambientais e físico-químicos.

8. Impactos Industriais do Controle de Qualidade

A ausência do controle de qualidade em celulose pode levar a:

  • Rejeição de lotes exportados por não conformidade com alvura ou viscosidade;

  • Problemas operacionais em máquinas de papel, como entupimentos e quebras de folha;

  • Redução da vida útil do produto final, por variações no teor de umidade ou contaminantes.

Por outro lado, laboratórios automatizados contribuem para:

  • Redução de perdas industriais em até 18% (dados Pöyry, 2022);

  • Melhoria da eficiência energética em 12 a 20% em linhas de branqueamento;

  • Elevação do preço de venda da celulose solúvel em até 30% por grau técnico controlado.

9. Testemunho Profissional

“Trabalhar com controle de qualidade em celulose exige precisão e padronização. Usamos mais de 40 métodos analíticos certificados, desde a chegada da polpa até o carregamento dos fardos. Investimos em cromatografia iônica, espectrofotometria e viscosímetros digitais. Hoje, conseguimos garantir estabilidade de lote com variação inferior a 2%, o que nos deu acesso a mercados premium como Japão e Alemanha.”

— Rafael Moreira, Coordenador de Laboratório de Qualidade, Fábrica de Celulose Integrada (PR)

Conclusão

O controle de qualidade em celulose é um componente crítico para a excelência operacional, segurança ambiental e valorização comercial do setor. Com um conjunto robusto de análises laboratoriais, é possível garantir que o produto final atenda às normas internacionais, mantenha sua integridade durante o transporte e seja eficaz em diversas aplicações industriais.

Empresas que investem em laboratórios modernos e capacitação técnica não apenas evitam prejuízos — elas assumem a liderança no mercado global de bioprodutos, com foco em inovação, rastreabilidade e sustentabilidade.

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Redator do Site SP Labor

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