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Como Atender à IN 76 e IN 77 em Laboratórios de Leite

Sumário

Como Atender à IN 76 e IN 77 no Controle de Qualidade do Leite Cru

O controle de qualidade do leite cru no Brasil ganhou novas diretrizes com a publicação das Instruções Normativas IN 76 e IN 77, emitidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essas normas, em vigor desde 2019, estabeleceram novos critérios para os padrões físico-químicos, microbiológicos e operacionais da cadeia do leite. Elas são essenciais para garantir a segurança alimentar, a rastreabilidade e a competitividade da produção nacional.

Neste artigo, abordamos como laboratórios devem se preparar e se estruturar para atender às exigências das IN 76 e IN 77, com foco em infraestrutura analítica, parâmetros de avaliação, métodos de ensaio e exigências legais.

Entendendo o que são as IN 76 e IN 77

A IN 76 define os padrões de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, pasteurizado e esterilizado. Ela especifica limites para acidez, densidade, crioscopia, gordura, proteína, lactose, sólidos totais, entre outros.

Já a IN 77 estabelece o regulamento técnico de produção, coleta e transporte do leite cru refrigerado, incluindo diretrizes para a amostragem, conservação e análises laboratoriais. Essa norma é voltada especialmente para laboratórios, laticínios e produtores que desejam operar dentro das conformidades legais e sanitárias.

Principais exigências das IN 76 e IN 77

Parâmetros físico-químicos obrigatórios (IN 76)

  • Acidez titulável: 14 a 18 °D

  • Densidade a 15°C: 1,028 – 1,034 g/cm³

  • Ponto crioscópico: mínimo de -0,530°C

  • Teor de gordura: mínimo de 3,0%

  • Proteína total: mínimo de 2,9%

  • Sólidos não gordurosos: mínimo de 8,4%

Parâmetros microbiológicos e sanitários (IN 77)

  • Contagem bacteriana total (CBT): até 300.000 UFC/mL

  • Contagem de células somáticas (CCS): até 500.000 células/mL

  • Ausência de resíduos de antibióticos (Beta-lactâmicos, tetraciclinas, etc.)

Equipamentos essenciais para atender à IN 76 e IN 77

Para garantir a conformidade com as IN 76 e IN 77, laboratórios e laticínios devem investir em uma infraestrutura que permita análises precisas e reprodutíveis. Abaixo, listamos os principais equipamentos utilizados para cada parâmetro de controle:

ParâmetroEquipamento Recomendado
AcidezTitulador manual ou automático
DensidadeDensímetro eletrônico ou balança termogravimétrica
CrioscopiaCrioscópio digital
GorduraCentrífuga Gerber ou Analisador de leite infravermelho
Proteína / Lactose / SNGEspectrofotômetro UV-Vis ou analisador por infravermelho
CBT / CCSEstufa bacteriológica + Placas de contagem
Resíduos de antibióticosKits rápidos  ou Cromatografia
pH e condutividadepHmetro e condutivímetro digital

Etapas laboratoriais para análise do leite cru

  1. Coleta e conservação da amostra

    • A IN 77 exige que o leite seja coletado em frascos estéreis, com temperatura controlada entre 1°C e 7°C, e enviado ao laboratório em até 48 horas.

  2. Acondicionamento e rastreabilidade

    • Cada amostra deve ser identificada com código, data, hora da coleta e identificação do produtor, garantindo rastreabilidade total do processo.

  3. Preparo da amostra

    • Homogeneização em agitador magnético com aquecimento, quando necessário, para garantir a análise representativa.

  4. Análise e registro

    • As medições devem ser registradas em planilhas rastreáveis e arquivadas conforme as normas de BPL (Boas Práticas de Laboratório).

O papel dos laboratórios no cumprimento das IN 76 e IN 77

A correta interpretação e execução das análises determinadas pelas IN 76 e IN 77 são responsabilidade direta dos laboratórios de controle de qualidade. Para tanto, é fundamental adotar os seguintes critérios:

1. Acreditação e rastreabilidade

Laboratórios que emitem resultados para fiscalização ou exportação devem estar acreditados conforme a norma ISO/IEC 17025, com rastreabilidade metrológica assegurada por padrões calibrados.

2. Capacitação técnica contínua

A equipe deve ser treinada em métodos específicos da cadeia do leite, como análise de crioscopia, contagem em placa, espectrofotometria, entre outros.

3. Calibração e manutenção de equipamentos

Todo o parque analítico deve ser submetido a manutenção preventiva e calibração regular, conforme indicado por fabricantes e normas de qualidade.

Dados estatísticos: o impacto das não conformidades

De acordo com dados do MAPA (2023):

  • 14,7% das amostras de leite cru analisadas no Brasil apresentaram alguma não conformidade com as IN 76 e IN 77.

  • As principais causas foram CBT acima do permitido (32% dos casos) e presença de resíduos de antibióticos (26%).

  • Regiões com maior índice de não conformidade: Norte e Nordeste.

  • Laticínios que não se adequam às IN 76 e IN 77 podem sofrer interdição, autuação ou suspensão de compras por cooperativas.

Esses números evidenciam que o investimento em estrutura laboratorial não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia de proteção contra perdas econômicas e sanções regulatórias.

Boas práticas para garantir conformidade

  • Adote checklists de verificação diária para temperatura das estufas, calibração de pHmetros e limpeza de vidrarias.

  • Implemente controles de qualidade internos (CQI) com amostras-padrão para validar os resultados laboratoriais.

  • Use sistemas LIMS (Laboratory Information Management System) para rastrear análises e gerar relatórios conforme exigido pela IN 77.

  • Realize auditorias internas para antecipar não conformidades e manter a operação em conformidade com a legislação.

Benefícios de atender às IN 76 e IN 77

Cumprir rigorosamente as exigências das IN 76 e IN 77 proporciona diversas vantagens:

  • Maior segurança do consumidor final

  • Melhoria na reputação da marca e do laticínio

  • Acesso a mercados premium e internacionais

  • Redução de perdas por devoluções ou descarte de lotes

  • Confiabilidade nos processos de rastreabilidade

Conclusão

As IN 76 e IN 77 são marcos regulatórios essenciais para a qualidade do leite cru no Brasil. Atendê-las exige não apenas boa vontade, mas estrutura técnica, capacitação contínua e investimentos em equipamentos laboratoriais de alta precisão.

Com um parque analítico bem estruturado, laboratórios de laticínios podem não apenas cumprir os requisitos legais, mas também elevar o padrão de excelência da produção nacional, garantir competitividade internacional e contribuir diretamente para a segurança alimentar da população.

Se você está estruturando ou modernizando seu laboratório para atender às IN 76 e IN 77, a Splabor oferece consultoria técnica gratuita, suporte remoto, e equipamentos com alto padrão de durabilidade e precisão.

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Redator do Site SP Labor

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