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O CDC ( Centers for Disease control and Prevention) é uma organização americana que trabalha para proteger a saúde, e detectar ameaças a vida humana. Recentemente publicou diretrizes provisórias de biossegurança laboratorial frente a pandemia de COVID-19.

Até que mais informações sejam disponibilizadas, precauções devem ser tomadas no manuseio de amostras suspeitas ou confirmadas para SARS-CoV-2. A comunicação oportuna entre a equipe clínica e o laboratório é essencial para minimizar o risco incorrido no manuseio de amostras de pacientes com possível infecção por SARS-CoV-2. Tais amostras devem ser rotuladas de acordo e o laboratório deve ser alertado para garantir o manuseio adequado das amostras. Diretrizes gerais e específicas de biossegurança para o manuseio de amostras de SARS-CoV-2 são fornecidas abaixo.

Orientação Geral
Todos os laboratórios devem realizar uma avaliação de risco específica do local e da atividade para identificar e mitigar os riscos. A avaliação de riscos e as medidas de mitigação dependem de:

1)Os procedimentos realizados;
2)Identificação dos perigos envolvidos no processo e / ou procedimentos;
3)O nível de competência do pessoal que executa os procedimentos;
4)Equipamentos para laboratório e instalações;
5)Os recursos disponíveis;

Teste Viral de Rotina
Testes virais de rotina de amostras, como as seguintes atividades, podem ser manipulados em um laboratório dotado de Cabine de Segurança Biológica classe II B2 usando as Precauções Padrão:

  • Usando instrumentos e analisadores automatizados;
  • Processando amostras iniciais;
  • Coloração e análise microscópica de esfregaços fixos;
  • Exame de culturas bacterianas;
  • Exame patológico e processamento de tecidos fixados em formalina ou inativados;
  • Análise molecular de preparações de ácido nucleico extraídas;
  • Embalagem final das amostras para transporte aos laboratórios de diagnóstico para testes adicionais (as amostras já devem estar em um recipiente primário selado e descontaminado);
  • Usando amostras inativadas, como amostras em tampão de extração de ácido nucleico;
  • Realização de estudos microscópicos eletrônicos com grades fixadas em glutaraldeido;

Siga as precauções padrão ao manusear amostras clínicas, as quais podem conter materiais potencialmente infecciosos. As precauções padrão incluem a higiene das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como jalecos ou aventais de laboratório, luvas e proteção para os olhos.

Procedimentos com alta probabilidade de gerar gotas ou aerossóis
Para procedimentos com alta probabilidade de gerar aerossóis ou gotas, use uma Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 e precauções adicionais para fornecer uma barreira entre a amostra e o pessoal. Exemplos dessas precauções adicionais incluem equipamento de proteção individual (EPI), como máscara cirúrgica ou máscara facial.

Teste de amostras ambientais

Os procedimentos que concentram vírus, como precipitação ou filtração por membrana, podem ser realizados em um laboratório com classe 2, dotada de uma capela de fluxo de laminar unidirecional e precauções classe 3, incluindo proteção respiratória e uma área designada para colocar e retirar EPI. O espaço de colocação e retirada não deve estar no espaço de trabalho. O trabalho deve ser realizado em uma Cabine de Segurança Biológica.

Esta orientação destina-se apenas aos laboratórios que realizam procedimentos de concentração de vírus, como testes de vigilância de águas residuais / esgoto, e não a laboratórios de saúde pública ou de diagnóstico clínico que lidam com amostras clínicas da COVID-19 ou laboratórios que realizam cultura e isolamento de SARS-CoV-2

A cabine de segurança biológica é o principal equipamento de contenção no laboratório de microbiologia para proteger tanto os funcionários quanto o material  (evitando contaminações) e o meio ambiente. Dependendo das características de construção e aplicações específicas, as cabines são classificadas em três tipos (classes I, II e III).

A Cabine de Segurança Biológica deve ter como acessório uma lâmpada ultravioleta (UV). Chamamos de UV a região do espectro eletromagnético onde o comprimento de onda dos raios luminosos situa-se entre 400 nm e 15 nm. A radiação UV divide-se em três categorias, UV-A, UV-B e UV-C, de acordo com o comprimento de onda: 400-320 nm (UV-A),320-280 nm (UV-B) e 280-15 nm (UV-C). A radiação UV-C com comprimento de onda de 254 nm é a que possui a maior atividade germicida, letal para bactérias, esporos, vírus, fungos, algas, embora as doses inativantes sejam variáveis.

 

Segundo normas de biossegurança, após utilização da Cabine de Segurança para laboratório  a superfície desta deve ser descontaminada com UV. No presente trabalho destacamos a importância da limpeza com um agente químico antes da descontaminação com luz UV. Várias soluções descontaminantes têm sido citadas, mas a efetividade depende da concentração, do agente infeccioso a ser eliminado e do tempo de ação. São citados os compostos orgânicos (fenóis e derivados, hexaclorofeno, álcoois, compostos quaternários), halogênios (iodo, cloro) e peróxidos. Para o trabalho com micobactérias, o manual do Ministério da Saúde recomenda o uso de solução de fenol a 5% e solução de álcool a 70%. A Cabine de segurança biológica classe ii b2 é projetada comum fluxo de ar interior com velocidade para proteger os usuários; um fluxo de ar laminar vertical para proteger o produto; e um fluxo de ar de saída, de exaustão com um sistema de filtração, para proteger o meio ambiente.

Avaliações de risco de biossegurança específicas do local e da atividade devem ser realizadas para determinar se precauções adicionais de biossegurança são garantidas com base nas necessidades situacionais, como altos volumes de testes ou grandes volumes, e a probabilidade de gerar gotículas e aerossóis infecciosos

Isolamento de vírus
O isolamento de vírus em cultura de células e a caracterização inicial de agentes virais recuperados em culturas de amostras de SARS-CoV-2 devem ser realizados apenas em um laboratório de Nível de Biossegurança 3 (BSL-3), utilizando práticas de BSL-3. Avaliações de risco de biossegurança específicas do local e da atividade devem ser realizadas para determinar se são necessárias precauções adicionais de biossegurança com base nas necessidades situacionais.

Descontaminação
Descontamine as superfícies e os equipamentos de trabalho com desinfetantes apropriados usando um desinfetante aprovado para SARS-CoV-2. Seguindo as recomendações de uso do fabricante, como diluição, tempo de contato e manuseio seguro.

Gerenciamento de Resíduos de Laboratório

Manuseie os resíduos de laboratório dos testes de amostras de pacientes suspeitas ou confirmadas de COVID-19 como todos os outros resíduos de risco biológico do laboratório. Atualmente, não há evidências que sugiram que esse resíduo de laboratório precise de procedimentos adicionais de embalagem ou desinfecção.

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Fonte:

https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nCoV/lab/lab-biosafety-guidelines.html#guidance

https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v44n4/a05v44n4.pdf